segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Férias no Forte de S. Pedro do Estoril:




Forte de São Pedro do Estoril: brasão de armas.
Integra a linha de fortificações erguida entre 1642 e 1648 por determinação de D. António Luís de Meneses, governador da Praça-forte de Cascais, no contexto da Guerra da Restauração, e que se estendia entre São Julião da Barra e o Cabo da Roca.
De acordo com a inscrição epigráfica sobre o portão de armas, as suas obras iniciaram-se em 5 de Abril de 1642, concluindo-se no ano seguinte.
Embora atualmente se encontre descaracterizado, os seus traços originais podem ser reconstituídos através de planta levantada por Mateus do Couto em 1693, onde se constata que era em tudo semelhante ao Forte de São Teodósio, embora as dimensões sejam "ligeiramente superiores".
Desactivado no século XIX, passou por diversas tutelas que, nas diferentes épocas, deram-lhe distintas utilizações. No século XX, em 1954, foi utilizado como Casa de Chá e, a partir de 1957 foi arrendado a um particular, passando a albergar um restaurante, o que levou a "múltiplas transformações e acrescentos".
Foi classificado como Imóvel de Interesse Público através do Decreto nº 129 de 29 de Setembro de 1977. Actualmente funciona como uma discoteca.
Não sei a quem pertencia o Forte na década de 50 do século passado mas sei que devia ter algum contacto com a Casa Pia visto que nós costumávamos ir lá passar as férias grandes. Era uma casa de freiras, eram elas que tomavam conta de nós enquanto lá estávamos, por sinal muito bem arranjadinho e as camaratas cada uma tinha a sua cor. Como é um Forte pequeno não levava muita gente por isso a mim só me calhou uma vez a ir para lá. Isto no tempo em que a Praia da Poça era quase deserta. O grande movimento daquele tempo era a Praia do Tamariz, ali mesmo ao lado e como ainda não havia ligação entre as duas praias tornava-a muito mais sossegada. Lembro-me que havia uma mina de água mesmo junto ao Forte e quase no calçadão que já existia um bocado. A grande maioria das pessoas que aqui vinham era por causa da água muito fresquinha e limpa. Parece-me que hoje está fechada ao público, nunca percebi porquê. A praia era tão sossegada que as freiras conseguiam controlar toda a malta do cimo do calçadão. Naquele tempo o areal não era muito grande porque havia muita rocha o que era mais excitante para nós porque as rochas eram muito rasteiras o que nos permitia explorar à vontade os seus buracos. Ainda me lembro que a excitação principal é porque uma vez vimos um pescador meter a mão num buraco e tirar um polvo der lá. Aquilo deu conversa para o verão todo. Todos queriam experimentar mas todos tinham um medo danado. Dentro do Forte não tínhamos espaço para brincar, as freiras sabiam disso e resolveram o problema deixando-nos brincar na praia quase todo o dia. À noite estávamos tão cansados que adormeciamos assim que caíamos na cama. Estas foram as melhores férias de todo o período em que estive na Casa Pia, porque não tive outras. Mas se tivesse tido provávelmente ainda seriam as melhores.

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