sábado, 22 de agosto de 2009

A Mocidade Portuguesa na Casa Pia:

Mocidade Portuguesa:
Esta organização (Havia a Mocidade Portuguesa para rapazes, e a Mocidade Portuguesa Feminina) fundada em 1936 com o seu Hino (Marcha) e farda própria, era acusada de ser um movimento fascista paramilitar copiado das Juventudes Italianas, e criada para propaganda do Governo (A fivela do cinto tinha um enorme S)A verdade é que para além de incutir aos jovens ideias «nacionalistas», valores religiosos cristãos, o culto aos heróis, o respeito à Pátria e à família, também realçava o valor da disciplina e da obediência, dava ensinamentos parecidos com os do Escutismo, preocupava-se com a cultura geral, e não descorava o lazer construtivo como aeromodelismo, vela, fotografia, atletismo, etc. Na M.P. nunca se incutiram ideias racistas ou de inimizade para com outras religiões.
Há dias encontrei numa velha revista estas palavras que definem bem o que era na realidade a Mocidade Portuguesa, e me fez lembrar esta Instituição. Pode parecer estranho mas na Casa Pia, tanto quanto me lembro, pouco se falava na Mocidade Portugesa. Mas não era completamente desconhecida. Eu lembro-me que cheguei a vestir a sua farda, muito poucas vezes, mas com muito agrado e pena por terem sido tão poucas. É que foi sempre por ocasiões de festas. Propaganda? Talvez. Lembro-me que desfilávamos fardados e isso dava-nos prazer. Sabem porquê? Já alguma vez pensaram no que era 600 alunos enclausurados todo o ano dentro de um Convento enorme com pouca actividade própria da nossa idade? Pois era. Vir para a rua marchar dentro de uma camisa e uns calções diferentes era uma alegria. Só o facto de sairmos de lá já era uma festa e daria conversa para muito tempo. Se éramos obrigados? Que ideia. Essa questão nem se punha. Sabiamos lá o que era isso. Nos acampamentos que fazíamos era uma alegria dormir em tendas. Não tanto por dormir quase ao relento. Isso nós sabiamos muito bem porque diáriamente dormiamos em grandes camaradas com enormes janelas sempre abertas de dia ou de noite, de inverno ou de verão. Agora dormir numa tenda do Exército em pleno pinhal da Caparica, era outra história. Ainda hoje, quando me ponho a recordar a Mocidade Portuguesa verifico que só tenho recordações boas. E há mais uma coisa que posso dizer. Nunca vi uma arma, fosse de que tipo fosse, nem nas minhas mãos nem nas mãos de ninguém. O que é que eu aprendi com a Mocidade Portuguesa? Uma coisa muito valiosa que a Casa Pia nunca me deu: ALEGRIA.

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